Rinite Alérgica

Rinite Alérgica

As rinites atingem a humanidade há milênios causando inúmeros prejuízos na qualidade do sono, no trabalho, lazer, escola, esporte.

Conceito

O IV consenso brasileiro de rinite a define como uma inflamação ou disfunção da mucosa de revestimento nasal, sendo os sintomas mais comuns : rinorreia, que é a chamada coriza, obstrução nasal, prurido e /ou espirros, que ocorrem por mais de 2 dias consecutivos, por mais de 1h na maior parte dos dias. Nos casos mais intensos pode vir associado com diminuição ou perda do olfato e paladar.

Existem diversos tipos de rinites, sendo uma das classificações baseada no agente etiológico, ou seja , no fator causal.

  1. Rinite infecciosa causado por vírus ou bactérias
  2. Rinite alérgica, causada pela inalação de algum agente externo em indivíduos hipersensibilizados
  3. Rinite não alérgica não infecciosa: hormonal, da gestação, induzida por medicamentos, produtos irritantes.

Causas

Um dos principais fatores desencadeantes da rinite alérgica são os ácaros domésticos, alérgenos de barata e em algumas regiões do Brasil os pólens em determinadas épocas do ano e a poluição. A história familiar de alergia também está fortemente associada ao desenvolvimento da rinite alérgica. Quando um dos pais é alérgico, a possibilidade de um dos filhos serem aumenta muito.

Diagnóstico

Ao exame otorrinolaringológico de um paciente que apresenta a típica rinite alérgica, podemos observa um edema das pálpebras, pregas nas pálpebras inferiores, boca sem fechamento dos lábios, face mais alongada, mucosa das conchas nasais pálidas, congestas, cobertas por secreção clara.

O exame de nasofibroscopia é um exame de rotina que deve ser realizado nesses paciente a procura de alterações anatômicas como pólipos, desvio septal, etc. que podem contribuir para obstrução nasal.

Tratamento

O tratamento engloba medidas medicamentosas e medidas não medicamentosas.

As medidas não medicamentosas visam reduzir a exposição dos pacientes aos irritantes. As principais segundo o IV Consenso de Rinite:

1. Boa ventilação no quarto de dormir  Evitar travesseiro e colchão de paina ou pena. Usar os de espuma, fibra ou látex, sempre que possível envoltos em material plástico (vinil) ou em capas impermeáveis aos
ácaros.

2.  As roupas de cama e cobertores devem ser trocados e
lavados regularmente com detergente e a altas temperaturas (>55 ◦C) e secadas ao sol ou ar quente.

3. Evitar tapetes, carpetes, cortinas . Dar preferência a pisos laváveis (cerâmica, vinil e madeira) e cortinas do tipo persianas ou de material que possa ser limpo com pano úmido.

4. Camas e berços não devem ser justapostos à parede. Caso não seja possível, coloque-a junto à parede sem marcas de umidade ou a mais ensolarada.

5.  Evitar bichos de pelúcia, estantes de livros, revistas, caixas de papelão ou qualquer outro local onde possam ser formadas colônias de ácaros no quarto de dormir.

6. Identificar e eliminar o mofo e a umidade, principalmente no quarto de dormir,

7. Verifique periodicamente as áreas úmidas de sua casa, como banheiro (cortinas plásticas do chuveiro, embaixo das pias etc.).

8. Evitar o uso de vassouras, espanadores e aspiradores de pó comuns. Passar pano úmido diariamente na casa.  Afastar o paciente alérgico do ambiente enquanto se faz a limpeza.

9. Ambientes fechados por tempo prolongado (casa de praia ou de campo) devem ser arejados e limpos pelo menos 24 horas antes da entrada dos indivíduos com alergia respiratória.

10.  Evitar animais de pelo e pena, especialmente no quarto e na cama do paciente (ambiente seguro). Manter a porta do quarto sempre fechada. Se for impossível, restringir o animal a uma única área da moradia e usar purificadores HEPA no quarto do paciente.

11. Dar preferência às pastas e aos sabões em pó para limpeza de banheiro e cozinha. Evitar talcos, perfumes, desodorantes, principalmente na forma de sprays.

12.  Não fumar e nem deixar que fumem dentro da casa e do automóvel. O tabagismo pré-natal, perinatal e pós-natal está associado a problemas respiratórios futuros do bebê.

13.  Evitar banhos extremamente quentes e oscilação brusca de temperatura. A temperatura ideal da água é a temperatura corporal.

14. Recomenda-se aos pacientes alérgicos ao pólen manter as janelas da casa e do carro fechadas durante o dia, abri-las à noite (menor contagem de pólens).

15. Manter os filtros dos aparelhos de ar condicionado sempre limpos. Se possível limpe-os mensalmente. Evitar a exposição a temperatura ambiente muito baixa e oscilações bruscas de temperatura. Lembrar que o ar condicionado é seco e pode ser irritante.

Em relação ao tratamento medicamentoso existem diversas opções de terapia: corticóide nasal tópico, antialérgicos, solução fisiológica nasal, imunoterapia, entre outras várias opções a depender do tipo e grau da rinite de cada paciente.

Se você apresenta alguma suspeita de rinite, procure o otorrinolaringologista para avaliação, adequação do diagnóstico, tratamento e principalmente acompanhamento.

Fonte: IV Brazilian Consensus on Rhinitis — an update on allergic rhinitis  E Tratado de Otorrinolaringologia vol. III

 

 

 

Dra. Milene Frota no I Curso de Cirurgia Nasal e Base de Crânio da Santa Casa BH

Curso de Cirurgia Nasal e Base de Crânio da Santa Casa Belo Horizonte

Entre os dias 26 e 27 de Abril, a Dra. Milene Frota participou como palestrante e membro da equipe organizadora  do I Curso Teórico de Cirurgia Nasal e  Base de Crânio da Santa Casa de Belo Horizonte.

O curso contou com a participação de profissionais médicos otorrinolaringologistas de destaque e a programação científica, em destaque para o convidado especial Dr. Otávio Piltcher de Porto Alegre, e ofereceu palestras com elevado conteúdo científico aos participantes.

No primeiro dia, foram discutidas as evidências atuais da cirurgia nasossinusal e os acessos estendidos para tumores com a competente chefe do serviço Mirian Cabral. Também foram abordadas as principais técnicas de acesso aos seios paranasais com o Dr. Tiago Fraga e Dra. Milene Frota.

No segundo dia apresentou-se vídeos sobre as variadas formas de se tratar as epistaxes com o Dr. Bruno Castro e o trabalho em equipe com a oftalmologia na presença da Dra. Fabiana Caetano nas cirurgias de Dacriocistorrinostomia.

Além de poder compartilhar conhecimento com outros profissionais da área, a participação em eventos do tipo permite a Dra. Milene Frota aplicar técnicas cada vez mais seguras e eficazes no tratamento de seus pacientes.

 

Problemas do olfato

Problemas do Olfato

Problemas do olfato podem acarretar grande incômodo no dia a dia ou até mesmo consequências importantes principalmente para aqueles que dependem dele como forma de sustento como cozinheiros, bombeiros, sommeliers, etc. O olfato determina em grande parte o sabor dos alimentos, possui importância na nutrição e no modo de viver das pessoas.

Existem milhões de neurônios olfatórios na cavidade nasal. As moléculas de odor são transportadas por meio do muco e vão em direção aos receptores olfatórios, onde ocorre um fenômeno complexo para que os cheiros possam ser interpretados de forma específica pelo cérebro.

O olfato também contribui para o paladar. Quando não se sente o sabor de um alimento devido a um quadro de gripe ou resfriado, por exemplo, é devido a alteração do paladar por prejuízo do olfato.

Causas de problemas do olfato

Diversas são as causas de diminuição ou perda do olfato, podendo acarretar prejuízo temporário ou permanente. As principais causas são as infecções de vias aéreas superiores como gripes, resfriados, sinusites e os traumas cranioencefálicos por bloquearem a chegada das moléculas de odor ou por destruição dos nervos olfatórios. Doenças neurológicas, exposição a substâncias tóxicas ou alguns medicamentos também são possíveis causas de disfunção olfatória. Há ainda alterações do olfato que não são explicadas por nenhuma causa conhecida. O tabagismo é um fator de risco importante que pode levar a um dano reversível ou não às fibras olfatórias. 

Tratamento

Durante a consulta com o otorrinolaringologista a história deve ser detalhada. É importante avaliar se a função do olfato está ausente ou apenas diminuída, se tem início recente ou antigo, se há associação com traumas, medicações ou resfriados, e se está acompanhada de outros sintomas. O exame do otorrino inclui entre outros, a endoscopia do nariz e se necessário exames de imagem.

O tratamento dependerá da causa estabelecida, podendo ser reversível total, parcialmente ou irreversível. O tratamento pode ser com medicação, cirurgia ou outros tipos de terapia a depender do fator causal. O paciente deve ser rigorosamente instruído a observar o prazo de validade dos alimentos, manter equipamentos que utilizem gás (fogão) em locais ventilados e principalmente procurar seu otorrinolaringologista para avaliação minuciosa.

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